segunda-feira, 25 de agosto de 2008

UNIRITTER VENDIDA

Grupo paulista pode adquirir mais uma instituição gaúcha

Companhia com ações negociadas em bolsa de valores, Educacional Anhanguera já comprou duas faculdades no Estado

A expansão de uma das maiores organizações de educação privada do país, a Anhanguera Educacional Participações SA, está gerando dúvidas em setores do Ensino Superior gaúcho.

Depois de ter adquirido as Faculdades Atlântico Sul, em Pelotas e Rio Grande, em 2007, e a Faculdade Planalto, em Passo Fundo, no começo do ano, a possibilidade de que o grupo paulista esteja negociando a aquisição do Centro Universitário Ritter dos Reis (Uniritter), com campi em Porto Alegre e Canoas, circula no meio acadêmico. As duas instituições não confirmam a negociação.

Os estudantes acompanham de perto o caso. Nesta segunda-feira (18) os universitários da Uniritter realizaram um protesto na universidade. Usando narizes de palhaço, os jovens organizaram um abaixo-assinado contra a possível venda da instituição. O documento está disponível no Diretório Central dos Estudantes (DCE).

"O que está acontecendo na Uniritter e reflexo de um processo de mercantilização da educação. Os estudantes estão, e continuarão, mobilizados para garantir qualidade de ensino. Não permitiremos que o ensino superior se transforme em mercadoria", afirmou o vice-presidente da UNE no Rio Grande do Sul, Mateus Fiorentini.

Com medo de que ocorram demissões e mudanças na política pedagógica da instituição, professores procuraram o sindicato da categoria. "Já houve gente da Anhanguera visitando Porto Alegre, não há como negar. Se o negócio sairá, não sabemos, mas vamos garantir que os professores mantenham seus empregos e condições de trabalho", afirma Amarildo Cenci, diretor do Sindicato dos Professores do Estado.

O modelo de gestão adotado pela Anhanguera, que começou a ficar conhecido nos Estados Unidos na década de 1990, destoa do perfil do Ensino Superior privado gaúcho, ainda dominado por instituições comunitárias ou confessionais e sem fins lucrativos. A preocupação dos professores está relacionada ao tipo de administração da Anhanguera, voltada a garantir ganhos aos acionistas.

Fundada em 1994, transformou-se em entidade com fins lucrativos em 2003. Recebeu, então, aporte de vários investidores e experimentou crescimento vertiginoso: de três unidades de ensino, há cinco anos, chegou a 45 em 2008. Seu público-alvo principal são alunos que trabalham ao dia e estudam à noite.

Fonte:http://www.une.org.br/home3/movimento_estudantil/movimento_estudantil_2008/m_13114.html

Contribuição do Prof. Paulo Roberto Fitz.


3 Comments:

Anônimo said...
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Paulo Fitz said...

Infelizmente, há uma tendência geral de "mercantilização" do ensino superior no Brasil. O pior é que o MEC permanece alheio a este movimento. Cada vez mais surgem "pseudo-faculdades/universidades" cujo único interesse é o do lucro fácil, onde a qualidade de ensino é o que menos importa. Dizem que o "mercado" irá cuidar dos cursos e/ou universidades ruins, mas quem garante? Nos últimos anos, por exemplo, a Unisinos, tradicional universidade do RS, demitiu grande parte dos professores doutores para contratar outros com menor qualificação - e menor salário, é claro. E os alunos como ficam? Pra universidade, tanto faz tirar uma nota "meia-boca" nas avaliações do MEC, desde que os alunos continuem pagando suas mensalidades. Provavelmente é o que vai acontecer com a UniRitter (Anhangüera?) Onde vamos parar?

Anônimo said...

Pois é, essa notícia já estava por ser confirmada há algumas semanas. É uma tendência, infelizmente. Já ouvi falar que a FAPA será vendida para a ULBRA...
ABRAÇOS
LEONARDO LEMES