COLUNA DA CULTURA - KOYAANISQATSI

O homem que transforma o ecossistema também pode planejar sua proteção, tornando sua experiência compatível com toda a biosfera. Talvez esta seja a principal mensagem oculta do filme Koyaanisqatsi, produzido por Francis Ford Copolla em 1983. koyaanisqatsi tem origem na lingua Hopi e quer dizer "vida desequilibrada", ou "vida louca". Assim, nada mais atual que este documentário, embora já tenha os seus 25 anos. Tudo contido no filme deve ser entendido como uma grande reflexão e, no final dos seus 87 minutos, se você perceber o quanto a sua vida pode ser destruída por horas extras, shoppings, engarrafamentos e comida rápida, já entendeu metade do enredo.

A outra metade é descrita por tudo que cerca o ser humano, com uma trilha sonora impecável. Os elementos que nos permeiam iniciam o filme da mesma forma que se encontram em um ambiente intocado, com seus processos lentos, graduais e lindos por consequência própria. A partir disto, o filme começa a desenvolver o que seria a intervenção do homem em todos os processos. Após esta inserção, nós entramos no que posso chamar de natureza moderna, ou seja, o ambiente com todos os seus elementos, incluindo o homem. O filme desenvolve-se sem nenhum diálogo, e não precisa, pois as imagens e sons dizem tudo por si.

Por fim, temos a clareza de tudo que estamos construíndo. Sair da frente da tela neste momento sem nenhuma reflexão a respeito da vida é algo impensável, quase impossível. koyaanisqatsi não é uma apologia ambiental e passa longe de ser "eco-chato". Ele apenas demonstra que poderiamos usar um pouco melhor nossa inteligência. Para nosso próprio bem.

Postado por Pedro Souza.